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Resenha Crítica de Filme: Os Delírios de Consumo de Becky Bloom

Se tem uma coisa que não sou é consumista compulsiva. Aliás, sou bem mão de vaca. Que o digam meus irmãos, meus amigos e meu marido. Lembro-me de quando era adolescente, que eu esperava até as roupas e os calçados estarem impossibilitados de serem usados, para aí então, ir às compras. Uma vez, em uma gincana da escola, em que os grupos foram divididos por cores, fiquei com a equipe preta. Bem faceira,  por sinal, porque estava na fase heavy metal e adorava preto. O caso é que, por incrível que pareça, eu não tinha sapatos pretos, nem um tenizinho sequer. Na verdade, lembro-me de ter somente um tênis claro todo surrado, um chinelo e uma pantufa daquelas enormes de bichos. Era pão dura demais! Então, ao invés de comprar um tênis preto, fiz algo inusitado só para economizar: comprei uma lata de tinta em spray, que era muito mais barata que o tênis mais fajuta da loja, e pintei todinho de preto o meu tênis branco, que estava até rasgado. Depois que todo mundo começou a perguntar de onde vinha o forte cheiro de tinta, tomei vergonha na cara e comprei uma Conga, que durou mais de cinco anos. Hoje melhorei um pouco, mas ainda não sou daquelas que fogem do controle sempre que passam por uma vitrine.

Por causa dessa minha "mão-de-vaquice", poucas vezes fui atraída por filmes e livros que falam de excesso de vaidade, de como é maravilhosa a sensação de fazer compras e coisas do gênero. Mas por causa de minha querida amiga Kellen Baesso, que leu o livro Os Delírios de Consumo de Becky Bloom e falou muito bem dele, eu acabei me rendendo ao filme baseado no livro, e como virei fã, estou louca pelo livro também.

Sinopse: Rebecca Bloomwood, ou simplesmente Becky Bloom (Isla Ficher), cresceu em uma família simples, humilde e totalmente controlada no quesito finanças. O sonho de consumo de Becky sempre foi ter dinheiro de sobra para comprar o que tivesse vontade. E quando cresceu, tornou-se jornalista. Apesar de sonhar em trabalhar em uma renomada revista de moda, Becky só conseguiu emprego em uma revista de jardinagem, que, embora não fosse requintada, pagava-lhe o suficiente para suprir suas necessidades mais básicas, não fosse pelo fato de que Becky jamais se contentou com o básico, desde que colocou as mãos em seu primeiro cartão de crédito. A linda ruivinha se tornou expert em fazer compras e em tendências de moda, e por tudo isso, adquiriu uma enorme dívida. Quando soube que a empresa que publicava sua revista favorita estava procurando uma nova redatora, Becky ficou nas nuvens e foi correndo pra lá, mas antes, é claro, foi comprar uma linda roupa para a entrevista, e se apaixonou por uma echarpe verde, que conseguiu comprar graças à generosidade de um carinha muito gato. Ao chegar à portaria da editora, Becky deu com a cara na porta, porque o recepcionista afirmou que o cargo tinha sido preenchido havia pouco tempo por uma linda loira de pernas muito compridas. No entanto, uma vaga estava aberta para uma revista de finanças. Becky encarou a entrevista porque imaginou que seria uma boa estratégia para ela se aproximar de seu emprego dos sonhos, mas ao chegar ao local, deparou-se justamente com o rapaz (Luke) que lhe ajudou a comprar a echarpe verde, e para quem tinha inventado uma mentira deslavada. É claro que a entrevista foi um fracasso levando-se em consideração a pouquíssima habilidade de Becky em lidar com dinheiro e seu nenhum interesse em economia e finanças. Para piorar tudo, a revista em que trabalhava faliu de uma hora para a outra. Desesperada, depois de mensurar o nível de suas dívidas, Becky seguiu o conselho de sua amiga Suze e enviou uma carta para a revista de moda onde tanto sonhava em trabalhar descrevendo suas habilidades e um artigo sobre moda. E também uma outra carta muito mal educada para o editor da revista de finanças, como vingança pela rejeição. Alguns dias depois, Becky recebe uma ligação de Luke dizendo que havia gostado muito da abordagem que ela havia feito na carta e que gostaria de conversar com ela sobre a possibilidade de fazer um teste como colunista na revista de finanças. Becky percebeu, então, que a carta grosseira havia sido enviada por engano para a outra revista. Depois disso, Becky começa a enfrentar uma reviravolta em sua vida, passando por situações cômicas como "a garota da echarpe verde" que dá conselhos sobre finanças, tendo ela mesma que driblar problemas atrás de problemas que surgem devidos à sua compulsão por compras, suas dívidas e as encrencas que precisa enfrentar para encobrir as mentiras que inventa.

Crítica: Apesar de não ser exatamente o gênero de filme que me atrai, admito que esse me atingiu em cheio. Ri demais com a história de Becky e os problemas em que se meteu por causa de sua compulsão por compras. Mas por outro lado, captei o momento reflexão, quando Becky afirmou que comprar deixava a vida maravilhosa, mas logo em seguida, ficava horrível e então ela precisava comprar de novo. É o que pensam os inúmeros viciados, seja por compras, por droga ou por pornografia, por exemplo, que usam esse tipo de artifício como subterfúgio para os problemas, mas no fim, acabam se afundando ainda mais em problemas piores. Não tive como deixar de pensar nas inúmeras Beckys que conheço e acabaram com seus relacionamentos, afundaram-se em dívidas, perderam noites de sono e sujaram o nome em tudo quanto é lugar. Resumindo: filme bem bacana, nada extraordinário, mas muito agradável.

Leia maishttp://familia.com.br/como-lidar-com-um-cocircnjuge-consumista-compulsivo

Minha Nota: 9,0

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