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Retrato da Realidade: Pesquisa aponta que a violência doméstica é o assunto mais preocupante atualmente

Na postagem anterior, eu avaliei o filme Preciosa - Uma história de Esperança, que aborda algumas realidades bem tristes vivenciadas em nossa sociedade. Por isso gostaria de abrir mais uma coluna aqui no blog intitulada Retrato da Realidade, em que publicarei informações a respeito do que pode ser verdadeiro nas telas do cinema. Hoje começarei levantando alguns dados a respeito de violência doméstica do Brasil e no mundo, e qual é o papel da sociedade na luta contra tal brutalidade.

Encontrei alguns materiais no meu acervo literário com informações muito importantes a respeito da violência doméstica. São quatro tipos de violência intrafamiliar classificadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde):

- Violência psicológica: ação que prejudica a auto-estima, a personalidade ou o desenvolvimento psicológico, social ou moral da pessoa. Em outras palavras, são humilhações que fazem a pessoa se sentir desvalorizada. É a violência mais comum, mais despercebida, mas tão grave quanto qualquer outra. A personagem Preciosa sofria tais abusos com frequência da mãe, quanto esta dirigia os mais diversos e absurdos insultos contra a filha.

- Violência física: com as mãos, os pés, ou algum tipo de instrumento (faca, panela, arma de fogo). Hoje nenhum tipo de violência física é tolerável pelo Ministério da Saúde, mesmo que seja aparentemente inofensivo, como surras no bumbum contra a criança. O que tem levantado muitas polêmicas. Eu sou contra a surra, por menos severa que ela seja. Creio que haja outras maneiras mais eficientes e amorosas de se educar.

- Violência Sexual: quando alguém, geralmente a mulher, é obrigada a manter relação sexual contra a vontade. Existem inúmeras formas de a violência sexual se apresentar. Mas resumidamente é todo o ato em que haja relações sem o consentimento de uma das partes, ou quando a criança menor de 14 anos, mesmo consentindo, é submetida a atos sexuais, já que com essa idade, ela não é matura o suficiente para tomar decisões dessa natureza;

- Negligência: quando os pais ou o cônjuge descumprem suas responsabilidades por falta de interesse. Por exemplo, deixar as vacinas das crianças atrasarem, não alimentar o filho, não dar atenção aos interesses da criança, não levá-la ao médico quando ela está doente. É abandono, falta de cuidado, de atenção, de proteção, de afeto.

Fuçando na internet, encontrei alguns dados bem chocantes referentes à violência doméstica

O Instituto Patrícia Galvão, que promove ações para minimizar a violência contra a mulher, em parceria com o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), realizou em 2009 uma pesquisa sobre os casos de violência doméstica e o conhecimento da comunidade sobre o assunto. A pesquisa apontou que 56% dos entrevistados consideram a violência doméstica o assunto mais preocupante hoje e que 55% conhecem algum caso de violência contra a mulher. E não é para menos, outros dados que encontrei e que revelam o que a mulher sofre em âmbito mundial é de deixar os queixo caídos. São antigos, de 2004, mas retratam um pouco da realidade que nos cerca, embora bem mascarada.

- Nos EUA, uma mulher é espancada pelo marido ou parceiro em média a cada 15 segundos. E uma é estuprada a cada 90 segundos. Na Inglaterra, duas mulheres são mortas por seus parceiros semanalmente.

- Na França, 25 mil mulheres são violentadas por ano. (...) A OMS estima um número muito maior, já que as mulheres são inibidas a denunciar os abusos.

- No Paquistão, 42% das mulheres consideram a violência parte de seu destino.

A Unicef levantou dados alarmantes a respeito de violência sexual diretamente contra crianças e adolescentes. A estimativa é de que um milhão de crianças sejam violentadas no mundo todo anualmente. Entre elas, 10% estão distribuídas entre Brasil, Filipinas e Taiwan. O problema no Brasil se deve principalmente ao pacto de silêncio, ou seja, as vítimas têm medo de denunciar. As pessoas que são diretamente ligadas ao atendimento das vítimas, como Conselho Tutelar, delegacia da criança e do adolescente, dizem que, em média, apenas um caso entre 20 é denunciado.

Os detalhes dessa pesquisa estão aqui.

De quem é a culpa

Algumas pessoas culpam a impunidade para esse temeroso problema. Outras acreditam que parte disso vêm da mídia, ou por intermédio de filmes e novelas, ou dos chamados noticiários negativistas, que, de ambas as formas, apresenta a violência tão exageradamente que ela acaba se tornando normal. Creio, sim, que tudo pode se tornar um agravante. Mas o que define a personalidade e que orienta praticamente a vida inteira de uma pessoa é o nível de educação que ela tem. Creio que o maior fator que estimula a violência, em especial contra a mulher e contra crianças, é a falta de educação, não só a escolar, mas a psicológica também. Quero dizer com isso que, apesar de o índice de agressões contra a mulher ser maior entre as classes mais baixas, onde faltam ambos os tipos de educação que citei, ela existe em todos os níveis sociais.

Tarde ou não para reverter a situação, é importante que cada um de nós faça a sua parte. Se conhecer uma mulher ou uma criança que sofra violência doméstica, por favor, denuncie. Pode ser nas delegacias, ou em instituições que abrigam vítimas.

Por último, quero fazer um apelo aos pais. As pessoas dificilmente se tornam agressivas depois de adultas. Elas aprendem em casa, vendo os pais brigarem ou apanhando. Nenhuma educação é eficiente com agressões. É com amor, limite e atenção que se ensina uma criança. Por favor, espalhe esta mensagem e, se você ou alguém que você conheça tem falta de controle emocional, ou seja, não consegue saciar a raiva e parte para a gressão, apesar de saber que é errado, incentive-a a procurar ajuda psicológica. Felizmente hoje nós somos equipados com pessoas com excelente preparação para nos ajudar a resolver os problemas. Existem programas de orientação psicológica até mesmo gratuitos na maioria das cidades. Não há desculpas para alimentar situações tão desagradáveis como a violência doméstica.

Fontes: Portal da Violência Contra a Mulher, Agência Patrícia Galvão

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