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Resenha Crítica de Filme: O Grande Truque


Apesar de pouco aclamado, O Grande Truque quase sempre entra para a lista de favoritos quando assistido pela primeira vez. Por isso digo que às vezes não consigo entender por que determinadas produções não concorrem ao Oscar na categoria de melhor filme. O Grande Truque é um bom exemplo. Não conta somente com uma história originalíssima e excelente atuação de Hugh Jackman e Christian Bale, mas traz elementos que chamam a atenção do espectador do início ao fim.

Dois grandes amigos, que dividem um talento em comum, trabalham lado a lado e encantam o público executando incríveis truques de mágica. Mas essa parceria dura pouco depois que um episódio fatal os torna rivais. Agora, o principal trabalho dos dois é descobrir o segredo um do outro, além, é claro, de uma mútua tentativa de levar o rival ao fracasso. O problema disso tudo é que aos poucos ambos começam a acabar com as próprias vidas e afetar a de pessoas amadas. Ainda assim, o segredo na execução perfeita das mágicas é mais importante, o que faz com que o espectador quebre a cabeça durante toda a trama na tentativa de descobrir como determinados truques são realizados.

Um dos filmes mais imprevisíveis que já vi. O espectador, em casos assim, geralmente assiste ao filme pelo menos duas vezes. A primeira vez para descobrir qual é o segredo da trama, e a segunda para novas leituras, analisando em que momentos o truque foi apresentado na história, mas que, a priori, passou despercebido por não ter sido revelado, tendo o público esperado até o final para descobrir.

Gosto muito de filmes inteligentes, em que é necessária uma atenção redobrada para que nenhum detalhe passe despercebido e para que a história seja verdadeiramente compreendida. Outro exemplo de filmes assim é O Sexto Sentido, que embora seja surpreendente somente na primeira vez em que é assistido, sempre atrai por não ser meramente um produto para arrecadar, mas uma história inteligentemente planejada e escrita, com o objetivo de entreter e fazer o público pensar.

Minha Nota para O Grande Truque: 10,0

Resenha Crítica de Filme: A proposta

Definitivamente, 2009 foi o ano de Sandra Bullock. Apesar de a coitadinha ter sido a vencedora do Framboesa de Ouro de 2010 em duas categorias pelo filme All About Steve (Maluca Paixão), e ter passado por toda aquela dor de cabeça com o ex-marido, a moça recebeu o Oscar e o Globo de Ouro pela primeira vez pelo já comentado aqui Um Sonho Possível, e recebeu outra indicação deste mesmo prêmio por outro bom filme estrelado por ela no ano passado, A Proposta. Ou seja, em um mesmo ano, ela interpretou dois dos seus papéis mais aclamados pela crítica.

A Proposta não é nada original. Um filme do estilo dos que Sandra é acostumada a fazer. Uma comédia romântica bem clichê, daqueles tipos de amor que nasce por acaso. O filme conta o episódio da vida de Margaret (Sandra Bullock), que é uma editora de livros bem sucedida profissionalmente, mas que, por algum motivo, que todo mundo sabe qual é, não se envolve emocionalmente. Fria, arrogante e autoritária, ela praticamente escraviza seus empregados, especialmente Andrew (Ryan Reynolds), seu assistente executivo, que se submete à chefe, porque tem esperança de conseguir um dia se tornar editor também. Mas toda a humilhação que Andrew sofre muda de cenário, quando a chefinha tem seu visto cassado e é obrigada a ser deportada para seu país de origem, o Canadá. Ela inventa uma história bem cabeluda, dizendo que ela e seu assistente se apaixonaram e vão se casar. Pego de surpresa, Andrew fica perplexo, mas depois acaba vendo grandes e oportunas vantagens na história inventada por Margaret. Agora, a história muda de figura e Andrew passa a ser o dono da festa.

Bastante previsível, como a maioria das comédias românticas, o filme me lembrou muito Como Perder um Homem em Dez Dias. Só que com uma diferença bem evidente. O filme de Kate Hudson teve bons elementos que levaram os dois personagens a se apaixonarem, afinal foram dez dias em que ambos se aproximaram, culminando com a visita dela aos pais do suposto namorado. Em A Proposta eu não consegui em momento algum identificar em que ponto os dois se encantaram um pelo outro. Em um dia, os dois se detestavam, três dias depois, na casa da família de Andrew, eles estavam se amando. Esquisito isso. Apesar de ter ficado evidente que Margaret era mais velha que Andrew, a atriz foi um pouco pintada como jovenzinha. A máscara de menina não cai do rosto de Sandra, mas agora as marcas da idade já estão aparecendo, creio que os papéis que ela interpreta deveriam combinar com a idade real da atriz. Apesar de alguns pontos falhos, o filme é muito divertido. Sandra, como sempre, faz muita graça sem forçar a barra. Graciosa como sempre. Ryan, desta vez, não deixou a desejar, ao contrário do seu papel em Apenas Amigos. E ficou demais a química entre os dois personagens. Não posso dizer que é uma das minhas comédias românticas preferidas, mas assisto de novo sem problema algum.

Minha nota: 7,0

Reflexão Literária: O Mundo de Sofia

"A única coisa de que precisamos para nos tornamos bons filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas"

O mundo de Sofia - Jostein Gaarder, 1991

Resenha Crítica de Filme: Sempre ao Seu Lado

Meus amigos íntimos sabem muito bem que nenhum estilo de filme me arranca mais choro do que aqueles que contam histórias dramáticas de bichinhos de estimação. Que o diga meu irmão Daniel que se apavorou quando eu passei mal ao assistirmos ao meu primeiro filme de animaizinhos As Aventuras de Chatran, quando eu tinha seis anos de idade. Até em Beethoven eu consegui chorar. Todo esse sentimentalismo em excesso se deve pelo meu imensurável amor por gatos e cachorros, e nada me deixa mais chorosa do que vê-los morrer, serem maltratados ou afogados em tristeza. Aos meus inimigos dou uma boa dica: se quiserem me ver triste por semanas é só me convencerem a assistir Resgate Abaixo de Zero.

O filme Sempre ao Seu Lado (em inglês Hachiko - A Dog's Story) não chegou a me fazer passar mal, mas minha reação se assemelhou muito à que eu tive quando assisti a Marley & Eu, resultanto, resumidamente, em olhos inchados e nariz roxo. Sim, apanhei feio, mas foi para as lágrimas. O longa conta a história de um cachorro que por acaso foi encontrado numa estação de trem pelo professor universitário, Parker Wilson, interpretado por Richard Gere. A princípio, a mulher do professor não aceitou o novo morador, mas depois de perceber a relação intensa de amizade entre os dois, acabou cedendo e aceitando Hachi, o cachorrinho da raça japonesa akita. O que mais emociona durante o filme é a lealdade do cãozinho ao dono. Hachi, ou Hachiko, levava todos os dias o dono até a estação de trem e o esperava no mesmo local para voltarem juntos para casa. O filme foi baseado em uma história real que ocorreu no Japão, e que percorreu todo o país e foi inclusive utilizada em salas de aula como exemplo de lealdade. A história já havia rendido um longa produzido no Japão.

Dizem os japoneses, e isso é bem apresentado no filme, que os akitas escolhem os donos pelo destino. Então, o Hachi, que significa oito em japonês, e que aliás é considerado o número da sorte no Japão, não foi escolhido por acaso, mas foi o destino que o uniu ao dono.

O filme, como já disse, é muito emocionante, ensina ótimos princípios, tem um bom elenco e é até bem original. Mordi a língua nesse ponto, porque pensei que seria uma cópia sem sucesso de Marley & Eu. Mas não é. Os filmes têm enredos bem distintos. Cada um com suas histórias, cada um com aspectos que emocionam de ângulos completamente diferentes. O cão é uma graça. Lindo demais. Richard Gere sempre com sua cara de homem sério e bondoso representou bem seu amor pelo companheiro. Só tem um probleminha, devido às circunstâncias de o filme ser baseado em uma história real, que ocorreu em um único local, durante um longo tempo, ele é um pouco monótono. A história, portanto, pareceu se prolongar demais. Mas não foi um problema que tenha tirado demais a qualidade do filme, porque ele me prendeu do começo ao fim, e passou rapidinho. Vale a pena. Só não espero assistir de novo tão logo porque quero poupar minhas lágrimas.

Minha nota: 8,0

Resenha Crítica de Filme: O Fim da Escuridão

Nem tão bom que mereça algum prêmio. Nem tão ruim que não mereça uns bons aplausos. Empatou! Quando li a sinopse do filme O Fim da Escuridão, imaginei mais uma daquelas produções em que o protagonista busca vingar a morte da família. Só mais um enredo de ação e violência sem muito fundamento, exceto, claro, por mostrar a vítima sobrevivente descontando todo tipo de sentimento negativo naquele ou naqueles que provocaram a morte das pessoas inocentes e amadas. Mas minha opinião mudou 50% quando o filme terminou, porque, ao contrário de tantos outros longas, cujas histórias se baseiam em vingança, Thomas Craven, interpretado por Mel Gibson, acaba lutando por uma causa grandiosa, ao procurar os responsáveis pela morte, neste caso, de sua filha, e, afora vingar-se por ela, termina salvando a vida de muitas outras pessoas ao descobrir toda a verdade por trás do assassinato.

Mas minha opinião mudou somente a metade do que poderia, porque grande parte da produção permaneceu no clichê dos filmes de ação, a começar pelo excesso de violência explícita, que poderia ter sido controlado, sem alterar em nada a coerência da história. Outro clichê absurdo foi o heroísmo intacto do protagonista, que se desviou de quase todas as armadilhas em seu caminho. E o que dizer sobre a atuação quase principiante de Mel Gibson depois de oito anos sem protagonizar um filme? As emoções do ator não ficaram bem claras. Demonstrou as mesmas expressões à perda da filha e à intimidação de um suspeito. Ainda assim, o brilhantismo do astro transcendeu sua inexperiência provocada por anos fora das telas.

De um modo geral, o filme é um pouco mais do que eu esperava. Assisto novamente sem problemas, mas agora mais preperada, vou fechar os olhos nas cenas que me embrulharam o estômago. E posso dizer que o final ultrapassou muito minhas expectativas. Salvou todas as partes indigestas, mas neste caso, deixo um pouco de lado minha opinião de crítica e falo como mulher bastante emotiva e melosa.

Minha Nota: 7,0

Retrato da Realidade: o domingo de Páscoa para os Cristãos

No post abaixo, citei dois filmes que apresentam histórias bíblicas. Ben Hur, entretanto, mais indiretamente, mostrando somente vez por outra ensinamentos de Jesus Cristo e Sua crucificação. E é para esse fato que quero chamar a atenção dos meus leitores hoje na coluna Retrato da Realidade.

Estamos em época de Páscoa, feriadão marcado por visitas familiares, descanso, chocolate, união, enfim, para a maioria das pessoas, por sentimentos e eventos positivos. Creio que todos sabem que o feriadão de Páscoa é relacionado com a morte de Jesus Cristo, na sexta-feira, e Sua subsequente Ressurreição, no domingo, sendo a data de comemoração mais importante para os cristãos, juntamente com o aniversário do nascimento de Jesus, comemorada simbolicamente em 25 de dezembro. Mas será que todos sabem por que a sexta-feira que marcou a morte de Jesus e o domingo de Páscoa são tão importantes para os verdadeiros cristãos?

Conversando com algumas pessoas, perguntei, sem compromisso, o que elas entendiam pelo feriadão de Páscoa. A maioria respondeu a mesma coisa "morte e ressurreição de Jesus", respectivamente na sexta e no domingo. Daí perguntei "e por que Jesus morreu e ressuscitou?". Todo mundo engoliu em seco, porque poucos entendiam o verdadeiro significado da crucificação e da ressurreição. Muitos creem, assim como eu acreditei um dia, que Jesus Cristo foi uma pessoa boa, que deu bons ensinamentos e que foi morto brutalmente por mera injustiça.

Mas o sofrimento que Jesus Cristo passou ao ser espancado e depois pregado na cruz tem um significado muito mais profundo do que podemos imaginar. E Seu maior sacrifício foi durante algumas horas antes de Sua crucificação, quando se retirou para um bosque, chamado Jardim do Getsêmani, e tomou sobre Si todas as dores e pecados da humanidade. O apóstolo M. Russell Ballard, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a qual pertenço, explica o que significou esse evento.

Na calma reclusão do Jardim do Getsêmani, o Salvador ajoelhou-Se entre as oliveiras retorcidas e, de alguma maneira inacreditável que nenhum de nós é capaz de compreender plenamente, tomou sobre Si os pecados do mundo. Apesar de Sua vida ser pura e sem pecados, pagou o mais alto preço do pecado, pelos pecados que vocês, eu e todos que já viveram cometeram. Sua angústia mental, emocional e espiritual foi tanta que fez com que Ele sangrasse por todos os poros. (Ver Lucas 22:44, D&C 19:18.) Mas Jesus sofreu de boa vontade para que tivéssemos a oportunidade de ser purificados por meio de nossa fé Nele, do arrependimento de nossos pecados, do batismo realizado pela devida autoridade do sacerdócio, de recebermos o dom purificador do Espírito Santo (...) e de aceitarmos todas as outras ordenanças essenciais. Sem a Expiação do Senhor, nenhuma dessas bênçãos estaria ao nosso alcance e não conseguiríamos nos preparar nem tornar dignos de voltar a viver na presença de Deus.

Depois, então, de ter passado por essa agonia no Getsêmani, o Salvador sofreu fisicamente de muitas maneiras, as quais uma pessoa comum provavelmente não suportaria, até que foi finalmente pregado na cruz, dando Sua vida para que todos tivessem a oportunidade de voltar a viver com Deus. Ballard também fala sobre essa parte do sofrimento de Jesus:

(...) ninguém tinha poder para tomar a vida do Salvador. Ele a deu para resgatar todos nós. Como era o Filho de Deus, tinha o poder de alterar a situação. Mas as escrituras afirmam claramente que Ele Se submeteu aos açoites, humilhação, sofrimento e, finalmente, à crucificação por causa de Seu grande amor aos filhos dos homens.

Foi o fim da vida mortal do Salvador. Ele voltou à presença de Deus para que ressuscitasse no terceiro dia, dando-nos outra grande dádiva, o poder para que cada um de nós um dia também rescussite e receba um corpo imortal. 

Veja mais informações no discurso completo aqui. E outras informações sobre Jesus Cristo no http://www.lds.org.br/.