Temas sociais

Devaneios da Xica | Análise do Cotidiano

Literatura

Filmes & Séries

Covers

Ciência & Espiritualidade

Xica Responde | Top Comments

Resenha Crítica de Filme: Os vampiros que se mordam

Como presumir que um filme é feito com intenções puramente comerciais? Cito três fatores bem claros: quando ele não tem nenhuma moral, quando as piadas, no caso das comédias, são forçadas, apelativas e sem graça, e quando os produtores usam um sucesso do momento e fazem uma paródia tosca para atrair os fãs desse sucesso. Alguns filmes capitalistas têm só uma ou duas dessas características, outros têm características que eu nem citei, e há aqueles filmes que são o extremo, têm todos esses fatores negativos que citei acima e muitos outros que nem se pode listar. Quer um exemplo? A sátira a Crepúsculo, intitulado Os Vampiros que se Mordam, lançado ano passado.


Já devo ter falado mais de uma vez aqui que detesto comédias forçadas, tais como essas sátiras de filmes de sucesso. O exemplo mais clássico para mim é Todo Mundo em Pânico, que se tornou o ícone de comédias podres em minha opinião. Daí, recentemente, tive a má sorte de assistir ao filme que tenta tirar proveito da saga Crepúsculo e apresenta um enredo totalmente vulgar e desagradável. Nem vou perder meu tempo descrevendo a sinopse desse filme, porque é basicamente a mesma história de Crepúsculo e Lua Nova, mas, claro, com o humor grotesco que deve haver nos filmes sarcásticos. Becca, a protagonista, tem expressões ridículas, forçadas e me fez perder a paciência no mínimo dez vezes. Edward até interpretou um pouco melhor, pelo menos não perdeu tanto o foco do personagem a quem ironiza. E os coadjuvantes, por favor, um pior que o outro. Expressões totalmente artificiais. Além disso, para não fugir da regra dos besteiróis, o filme é totalmente apelativo. Definitivamente, é um péssimo filme, e com certeza, não é uma boa opção de filme para eu avaliar, já que detesto besteirol.


Minha Nota: 1,0

Resenha Crítica de Filme: Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família

Uma baita fria de fato

Comédia para ser comédia de verdade precisa de um fator essencial: criatividade. Falo isso porque atualmente há zilhões de filmes taxados de comédias, mas que na verdade são nada mais que pura apelação e sem a mínima graça. Há extremos de apelação que acabam com o filme. É o caso, por exemplo, na minha mera opinião, de Todo Mundo em Pânico. Mas não é dele que pretendo falar hoje. E sim sobre Entrando numa Fria Maior Ainda com a Família.


O terceiro filme da série continua a história de Greg Focker (Ben Stiller), em português Gaylord Pinto se não me engano, que agora já se casou com sua amada Pam e enfrentou a carranca impenetrável de seu sogro (Robert de Niro), o pior parente que possa se imaginar. Agora, com uma vida sólida e bem sucedida ao lado da esposa e dos dois filhos gêmeos, Greg enfrenta outros desafios, o de manter seu casamento tão aceso quanto no início. Com o radar quase infalível do sogro e as investidas insistentes de uma colega de trabalho bem sensual (Jessica Alba), Greg vai ter que provar que ama sua esposa acima de tudo e que nada o fará desistir da vida que escolheu.

O filme de estreia Entrando numa Fria passou raspando por minha avaliação, porque, apesar de exagerado, teve cenas bem divertidas. O segundo filme foi clara e puramente comercial. Pura apelação, com linguagem obscena o tempo todo. Uma chatice! Nada diferente deste terceiro, que apelou o tempo todo para a vulgaridade. Por isso digo: uma comédia para ser comédia de verdade precisa de criatividade, precisa de pessoas que planejem perfeitamente a diversão sem que tenham que apelar para a sexualidade, fator que só compromete a qualidade dos filmes. Não sou assim aquela fã de Jessica Alba, mas não posso negar que a menina é uma ótima atriz, e que sua participação nesse filme tirou pontos de seu currículo. Falo o mesmo de Dustin Hoffman e Laura Dern, embora suas participações tenham sido relativamente pequenas.

Minha Nota: 5,0

Resenha Crítica de Livro: A Bruxa de Portobello

Sempre ouvi falar de Paulo Coelho como sendo um grande escritor. Li pela primeira vez uma de suas obras ainda na infância. Como não tinha muita opinião própria e me baseava significativamente pela influência alheia, achei O Diário de um Mago um bom livro e merecedor de todo o sucesso. Bom, eu tinha 9 anos e na verdade não tinha achado nada, porque meu nível de entendimento se limitava às historinhas da Turma da Mônica. Mas você já imaginou o status de quem lê Paulo Coelho com 9 anos?

Retomei as leituras do Paulo Coelho há mais ou menos um ano. Sempre intercalo uma leitura pela qual eu realmente esteja interessada com algum livro do autor em questão. Desta vez o escolhido foi o relativamente novo A Bruxa de Portobello (2006). Já comentei aqui a respeito do único livro do autor que me deixou profundamente satisfeita. Ainda está na lista Onze Minutos, que me parece agradável, mas ainda não pude ler. Em relação ao livro da bruxa, tenho péssimos pontos de vista.


Sherine, ou Athena, apelido pelo qual prefere ser chamada, é uma menina adotada por uma família libanesa, que depois de sofrer problemas políticos, resolve se mudar para Londres. A menina, sempre estudiosa e que cresceu em um ambiente de educação impecável, é toda misteriosa, e logo aos 20 anos, casa-se e tem um filho, porque acreditava que a missão de sua vida era ter um bebê. Mas seu casamento, que começou por motivos precipitados, acaba muito cedo. Obviamente que Sherine teve que lutar sozinha e se acostumar com uma vida de labuta com a qual anteriormente não estava habituada. Ao longo de suas conquistas e curiosidades sobre o mundo, Sherine descobre o misticismo e mergulha fundo nessa realidade. Até aí, tudo bem. O problema é que a mulher se empolga demais com seus "poderes" sobrenaturais e em pouco tempo um monte de gente fica sabendo, inclusive pastores cristãos, que se enfurecem com a novidade.


A linguagem do livro até que me prendeu a atenção, com algumas exceções, o final do livro, por exemplo. Tive que lê-lo duas vezes para compreender bem. Mas de um modo geral, a leitura é fácil mesmo, uma das características que fizeram os livros de Paulo terem estourado em todo o mundo. Só que, tirando a leitura fácil, o livro é muito enrolado, com poucos picos de emoção e muito blá blá blá até chegar ao final, nada empolgante também e bem fora da realidade. Sherine é uma personagem bem arrogante, embora o autor tenha tentado ascendê-la a uma escala de boa mocinha e sábia. Quero fazer uma crítica específica sobre uma fraqueza de muitos religiosos: a necessidade de ganhar fieis à base da crítica destrutiva a outras crenças. No livro, por exemplo, Sherine é perseguida por fieis cristãos, o que aparentemente demonstra serem estes os preconceituosos, concordo em partes. Mas em vários momentos no livro, a suposta bruxa insinua que os "ignorantes" são aqueles que seguem uma religião cujo ponto principal é Deus, e que aqueles que adotam como doutrina a adoração à Mãe Deusa são os verdadeiros libertos. Na verdade, houve o mesmo desrespeito ao cristianismo e outras religiões que adoram Deus, quanto o contrário. Irrita-me consideravelmente essa mania que algumas pessoas têm de querer arrastar as pessoas para suas crenças descendo a lenha nas outras. Respeito em primeiro lugar, né? Não é porque eu sou mórmon que vou falar mal de todos os outros dogmas na tentativa frustrada de fazer com que as pessoas acreditem no mesmo que eu. Sinceramente, essa é a forma menos eficaz para se conquistar adeptos. E Paulo Coelho a usa muito em seus livros, deixando margem para muita gente desgostar de seus livros. Também achei bem infundada a ideia que o autor passou de que as pessoas que vivem sob regras são ignorantes e limitadas, e que o certo mesmo é fazer o que dá na telha sempre.

Minha Nota: 6,0